9 de setembro de 2009

MEU AMOR, POR PABLO NERUDA




Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.



Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor , vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.




Te amo sem saber como, nem quando, nem onde ...
Te amo diretamente, sem problemas, nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira.
Sendo assim, deste modo, que não sou nem és ...
Tão profundo, que tua mão sobre meu peito é minha!
Tão perto, que se fecham teus olhos com meu sonho...
 
(PABLO NERUDA - SONETO  XVII)