23 de junho de 2009

A MULHER EMANCIPADA

Esse post é em homenagem a um amigo querido! que conhece as mulheres como niguém: RICARDO KELMER.
Ele expressa com maestria toda a essência da alma feminina ... Descasca a natureza feminina de forma tão singela e verdadeira no seu blog que é impossível não partilhar de sua visão pessoal e completa do universo feminino.


Vou falar hoje sobre o universo da mulher emancipada. Aquela que sabe o que quer e não espera por nada e nem por ninguém : FAZ ACONTECER!
No meu entender as MULHERES EMANCIPADAS são aquelas que dizem o que gostam num homem o que buscam  e o que querem dele. Elas não tem problemas de ordem sexual : entendem que a monogamia pode ser de alma, de sentimento, mas não de corpo. Elas querem a fidelidade de sentimentos: que o parceiro esteja inteiro com ela no sentidos e não no corpo. Elas não querem ser apenas uma imagem tatuada no pensamento e no coração do homem delas. Elas querem ser a companheira insólita nas aventuras mais loucas e mundanas que podem existir na vida, sem frescura.  A mulher emancipada consegue isso sem tabu.

São mulheres que sabem vestir a roupa certa, na hora certa e tirá-las na hora certa e no tempo certo. Tem a sintonia perfeita entre o corpo e o sorriso. Sabem encantar sem ser vulgar ou ostensiva. Sabem usar o que tem de melhor nelas, sem nenhum pudor bobo. Andam sozinhas, de cabeça erguida. Vai à festas sem amigas, para fazerem companhia, e sabe se divertir sozinha. Não precisa que ninguém diga à elas, que são especiais. Faz "ar blasé" com isso, quando alguém diz. Elas sabem de suas qualidades e não precisam demonstrá-las ou incentivar pessoas pra que digam o quanto é ESPECIAL. Ela sabe que é, pronto! "Puxasaquismo" não funciona com elas: É falta de personalidade e  inveja pura em alta densidade.

A mulher emancipada não transa com qualquer cara; mas tem vontades como todo mundo. Elas só transam no primeiro encontro se a química bater forte ou se o "cara" valer à pena. Ela não se importa com que o parceiro da noite, vai pensar dela. Elas não sofrem de baixa auto estima, são seguras das suas escolhas. Se a coisa desandar, levantam da cama e vão embora.

É bom desmistificar que a mulher emancipada é feliz. Ela nem sempre é, com sua liberdade. Mas sabe na maior parte do tempo, ser feliz fazendo bom uso dela. Nunca fica só, não mendiga amor, atenção, exclusividade de homem nenhum. Nunca "fica" com ninguém por pena ou por que está só: Gosta da solidão desafiadora. Porque é na solidão que ela encontra o equilíbrio pra continuar sendo como é, segura ! Mesmo estando só por opção ...

Ser emancipada não é um conceito de vida pré-ordenado pela sociedade. É um posicionamento pessoal sobre a sua sexualidade, sua presença no mundo social, na sua vida ... Elas são donas da sua "buc...tas! rs.
Não precisam se explicar perante a sociedade, a sua família e nem a si mesmas no espelho. São radicalmente contra a família tradicional : pai, mãe e filhos. Elas criam seu conceito pessoal de família, que podem ser homo, bi ou tri sexual. Sem neuras ...Elas sabem que família não é sinônimo de felicidade; mas estar bem com elas mesmas,  é sinônimo de tranquilidade e de equilíbrio.
Normalmente mulheres emancipadas tem poucas AMIGAS. Outras mulheres não conseguem entender o   comportamento que toda mulher emancipada tem, de ligar o " Fod ... - se e ser feliz! " Até alguns homens se assustam com a calma e a segurança dessas mulheres. Poucos a encaram... Fogem assustados...
As mulheres as invejam e as criticam: Falta coragem de querer ser igual.

Elas fazem da vida uma festa! São ótimas companhias pro sexo masculino na amizade:  nunca rejeita uma ida ao Maracanã, um jogo de sinuca , uma balada louca, uma saidera ... Sem precisar "carregar" amigas atrás, pra se garantir. Mulher que anda igual " um bando de galinhas, cacarejando juntas", nunca será uma mulher emancipada. Isso é coisa de gente insegura. Que precisa de olhar de cumplicidade pra ter coragem. A verdadeira mulher emancipada, detesta esse comportamento e não tem sequer amigas ...
Elas só se reunem, pra contar as agruras que passam (entre risos de cumplicidade) em  almoços, durante a semana ou num chopinho descompromissado numa sexta à noite depois do expediente. A mulher emancipada tem vida social , sozinha ! Não tem tempo pra "ficar de fofoca" com amigas. O tempo está a urgir pra ela, e ela acompanha o ritmo da vida com a mesma rapidez que se recupera dos erros cometidos e das decepções.

A mulher emancipada sabe viver bem, não precisa de um homem pra ser feliz e nem pra viver . Precisa dele pra compartilhar a vida de forma aventureira e torná-la mais divertida. Elas não confudem amor e sexo. Sabem que sexo pode existir, sem amor . Mas quando amam, amam com a razão e nunca com o coração... São intensas e nunca são ciumentas. São cerebrais: Inteligentes e colocam qualquer uma inferior à elas pra correr. Nenhuma mulher consegue disputar um homem com uma mulher emancipada. Por quê? Porque elas não precisam disputar. Tem sempre as melhores e as mais variadas opções. E são capazes de tripudiar em cima da pobre coitada que atravessou o caminho dela . Dizendo assim:
- Pode ficar com o resto queridinha ! não quero mais ... Já "cuspi" o caroço fora. Mas se eu fizer um sinal,  saiba  que ele vem correndo...
Elas sabem que isso é verdade. Tem poder de sobra pra reverter qualquer situação. Não são abandonadas, dão um tempo. E sempre rola "flashback" com a mulher emancipada;

A mulher emancipada sabe viver o melhor da vida e tirar das situações mais inusitadas, lições importantes para seu crescimento interior. Nada é perdido, sempre acrescentado nas suas experiências de vida . O amor pra ela, não é desafio, nem solução,  nem "coisa" do outro mundo. É um laboratório de "experiências emocionais". E ela sempre tira o melhor disso tudo, em seu proveito. Ela ama com sabedoria. Ela ama com a razão, com seu EU emocional, equilibrado. E nunca com as agruras de quem se debate num mar de insegurança ou incertezas. Ela já passou dessa fase.


BLOG DO MEU AMIGO: Dê uma conferida...

http://blogdokelmer.wordpress.com/

8 de junho de 2009

GENTILEZA...


Ela chegou meio que ressabiada. Era sua primeira semana de trabalho. Bateu na porta e entrou, me olhando meio que desconfiada e receosa;  perguntando : - Dra, posso entrar ?
Eu assenti com a cabeça  e a mandei entrar... Ela perguntou se incomodaria sua presença. Disse que tinha chegado tarde devido ao trânsito. Perguntou se eu queria um café, e se mostrou interessada pelos papéis sobre à mesa.
Perguntou-me num suspiro: Isso tudo é seu trabalho? deve cansar muito ler tudo isso.  Trabalho no muque, mas a cabeça fica leve, Dra...
Me peguei quase que por um instante, sentindo inveja de tanto entusiasmo: Tão humilde na sua condição de  serviçal naquele momento , mas tão consciente de sua importância no mundo; quando dizia que gostava do seu trabalho, apesar de cansativo e pesado.
Enquanto ela procurava dar uma ordem à minha volta limpando, eu a observava. Ela constantemente  interrompia a leitura da papelada que eu deveria pôr em dia; e me pergutava a todo instante alguma coisa.  Eu não sabia o que dizer! Então, resolvi ouvir suas indagações por algum tempo.
Dizia que estava ajudando a abrigar uma vizinha que havia apanhado do marido e tinha sido "posta pra fora" de casa . Com pena da moça e da criança de 2 anos, resolveu abrigá-los no seu humilde lar. A faxina lhe renderia algum extra aquela semana e ajudaria no sustento dela e das novas "protegidas".
Indaguei o por quê de tanto desprendimento e ela foi incisiva na resposta:
- Dra , eu não sei!! Mas olhei pra mulher naquela situação e senti no dever de ajudar. Ela veio pro Rio com o marido. Vieram de Sergipe há 3 meses e ela não conhece ninguém aqui. Um dia, eu precisei dela e ela me ajudou. Hoje me sinto no dever de ajudar também.
Na mesma hora me veio os dizeres do poeta GENTILEZA : " GENTILEZA GERA GENTILEZA"
O poeta das ruas visionário, que pregava de forma singela o seu amor ao próximo.
O que levou um homem abandonar uma família bem estruturada, pra seguir o chamado que ele julgava ser de DEUS, após um sonho?
GENTILEZA fez isso... Sem se importar se seria mal interpretado ou não, pela sociedade de costumes  rigorosos na época. Ele julgava que estaria fazendo a sua parte no mundo. E o fez .
Após saber que muitas pessoas morreram num incêndio, em um circo na década de 70, ele se sentiu incomodado com a vida confortável  que levava.  Após um sonho revelador, a decisão: Disse que a partir daquele dia, peregrinaria pelas ruas do Rio de Janeiro e pregaria o amor ao próximo, na sua forma mais suscinta : Através de palavras! Escritas pelos muros da cidade. Um incentivo à prática da GENTILEZA, com a humildade de servir : O dar, sem esperar retribuição. Suas palavras se perpetuaram no tempo.
A GENTILEZA daquela mulher tão simples com uma vizinha, me remeteram as palavras do Profeta GENTILEZA e me comoveram . Ela tinha tanto que dizer e ensinar na sua atitude ! Ajudava sem se preocupar se a sua bondade mereceria reconhecimento posterior,  por parte da sua "protegida".
Fiquei sem saber o que dizer, ou pensar. No final do dia, o pessoal ao meu pedido, fez uma "vaquinha" e ajudou a reforçar sua "diária" . Ela às lágrimas de surpresa, disse que não sabia como agradecer tamanha ajuda inesperada. 
Fiquei sabendo dias depois, que sua "protegida" havia resolvido voltar pra Sergipe. Com o dinheiro arrecadado e mais alguma ajuda de outras pessoas. Comprou as passagens e voltou pra sua cidade; deixando pra trás, o marido agressor. Em cima de minha mesa, um bilhete escrito com caligrafia bem tosca: O agradecimento à todos, pela ajuda recebida. Entregue de forma solene, pela sua "porta-voz".
Ela tinha feito a sua parte. Trabalhava sorrindo na semana seguinte, de alma leve. Perguntei o motivo de tanta alegria e ela me disse...
- Dra , ela foi feliz daqui! Aqui ela estava triste e solitária . A vida dela era lá, na sua cidade. Veio seguindo o sonho do marido... Lá a família dela, mesmo sendo pobre, a ajudaria.  Eu que  fiquei triste . Mas se elas estão feliz, também estou...
Ela me ensinou que gentileza não gera somente gentileza. Gera PAZ de espírito. Aquilo que fazemos à alguém (de bem), nos conforta, nos tranquiliza . Não importa se sua atitude vai ser ou não, bem interpretada. A tranquilidade na sua alma dará a certeza que você fez o certo . Aprenda a ouvir seu coração: esteja aberto pra servir, com gentileza. Mesmo que no momento não pareça ter sentido sua atitude, faça ! verá como te fará bem a alma, ajudar alguém .
Bem disse o Profeta Gentileza: "Gentileza gera Gentileza"...